

A Pife: clarinha, refrescante, bem lupulada, ideal praquele sol quente na moleira. Essa é a Hop Lager do Cerne, sua companheira na praia, no campo e na cidade.
Deixando sua nau por opção
Na busca por mais uma aventura
Sofrendo com o sol e sua quentura
Adentra no agreste o mor Dragão
Dormindo sob estrelas do Sertão
Às vezes lugarejo encontrava
Repente, rapadura, bode e fava
Até no seu caminho então topar
A loca onde Zabé foi morar
Com a música que do quintal soava
Guiado pelo som foi curiar
Até punhal lamber sua costela
Imagina: naquela currutela
Um amigo querido ia encontrar
Que ali vai logo apresentar
Os jagunços fiéis a Lampião
De Maria recebe uma missão
Da cerveja recente um batizado
Num lampejo, ouvindo bom xaxado
Será PIFE, tributo a essa canção
Pife
Em uma das suas viagens pelo litoral do Nordeste, Chico da Matilde aportou em terras paraibanas e resolveu adentrar o Agreste, em busca de novas experiências, um pouco pela influência do seu grande amigo, Alvarenga, que sempre lhe contava belos contos das suas aventuras pelo Sertão Nordestino. O destino: em direção onde o sol se põe. O objetivo: viver novas aventuras em terra firme e explorar um pouco da rica cultura que o seu amigo lhe contara outrora.
Na sua saída da capital, foi informado que os cabra do capitão marchavam rumo à cidade de Monteiro, e pra lá se encaminhou, com o sol queimando o lombo pela manhã e lascando sua face durante toda a tarde. À noite, quando não encontrava guarida, dormia coberto pelo manto de estrelas do céu sertanejo. Quando passava pelos vilarejos, sempre buscava informações que pudessem enriquecer sua viagem, como os movimentos culturais, a história do lugar, seu povo, sua comida etc.
Já se aproximando de Monteiro, na Serra do Tungão, observou o que parecia ser uma moradia, de forma muito improvisada. Uma casa erguida entre dois imensos blocos de rocha, completada com paredes de taipa. “Ô de casa”, gritou Chico da Matilde. Ninguém lhe respondeu. De lá, ouviu um som intenso, que parecia vir do quintal da residência. Era um som que parecia lhe atrair para aquele lugar, e ele foi chegando, com muito cuidado, num misto de alegria e receio, por não saber o que lhe esperava do outro lado das belas rochas. Quando se aproximou da curva que o levava ao terreiro, sentiu um punhal encostar nas suas costelas e uma voz lhe disse: “tem de ter mais cuidado com essa sua curiosidade, cabra”. Primeiro, um arrepio que começou no cangote e só parou no pé da coluna. Depois, um alívio por reconhecer aquela voz, com muita clareza.
– Alvarenga, seu cabra safado!!! O que você está fazendo por essas bandas?
– Meu amigo, soube da sua vinda e corri, para lhe receber e lhe apresentar ao bando. Vamos logo, que o povo preparou a maior festa para você.
– Mas, me diga uma coisa, que som maravilhoso é esse que está vindo de lá?
– Essa é Zabé da Loca tocando pife, um instrumento musical feito da taboca, um tipo de bambu originário da região. Vamos, que tem cerveja especial, feita para ocasião, e Maria quer que você dê um nome pra cerveja, pra ela não morrer pagã.
E foi uma noite de muita festa e alegria. Ele conheceu o xaxado, ritmo característico das festas do bando, ornado com o belíssimo som do pífano que dava um ar de leveza, acompanhado do zabumba, da caixa de guerra e dos pratos.
E depois de um solo daquele instrumento, ele aplaudiu, deu um gole naquela cerveja com um aroma floral e cítrico e disse pra Maria: “Pife, Maria. Esse será o seu nome”.
Todos vibraram com o batismo da cerveja e foi festa até o quebrar da barra.